Vincent van Gogh: A história de um Artista Incompreendido

“A arte é para consolar aqueles que são quebrados pela vida”

Vincent Van Gogh nasceu em 1853 em Zundert, na Holanda, e hoje é considerado um dos maiores pintores da história da arte.
No entanto, sua vida e suas obras são marcadas por uma mistura de paixão, sofrimento e uma busca contínua por uma expressão própria. Em apenas uma década, Van Gogh criou mais de duas mil peças, entre elas cerca de 860 pinturas, porém em sua vida toda vendeu apenas uma delas, apesar disso tornou-se uma das figuras mais importantes do pós-impressionismo. Uma curiosidade é que Van Gogh começou a pintar apartir dos 27 pra os 28 anos de idade, porém ele começou a desenhar ainda criança. O que torna a história de Van Gogh tão fascinante, é a complexidade da sua vida e o impacto da sua arte, especialmente considerando o fato de que ele não viveu o suficiente para ver seu reconhecimento.

Criado dentro de uma família muito religiosa, ele não recebeu incentivo em casa para se dedicar à arte. Assim, tentou várias carreiras não relacionadas à isso, como de vendedor de arte e até como missionário protestante na Bélgica. Van Gogh desejava capturar a vida simples da maioria das pessoas e retratar o sofrimento e a beleza do mundo ao seu redor. Em 1886, Van Gogh mudou-se para Paris onde se encontrou com vanguardistas como Emile Bernard e Paul Gauguin. Lá, à medida que produzia suas obras, criou uma nova abordagem às naturezas-mortas e às paisagens, com suas pinturas a assumir cores mais vivas enquanto desenvolvia um estilo que se estabeleceu por completo em 1888, durante a sua estadia em Arles e em apenas 15 meses, ele produziu mais de 200 pinturas, muitas das quais são agora as mais famosas de sua carreira. Em Arles, foi o auge de sua exploração das cores: o amarelo vibrante dos girassóis, o azul escuro e profundo do céu noturno, os tons brilhantes na tela pareciam capturar sua intensidade emocional. Foi lá que ele convidou Gauguin para morar com ele, criando uma comunidade de artistas, que era o sonho dele.
No entanto, a convivência deles foi tensa e acabou na desastrosa briga que o levou a cortar sua própria orelha, um incidente que contribuiu para a imagem do “artista atormentado”.

A Noite Estrelada, talvez a obra mais famosa de Van Gogh, é um exemplo da maneira pela qual ele traduziu sua intensa experiência emocional para a tela. Pintada em 1889, enquanto ele estava no hospital psiquiátrico de St.-Remy-de- Provence, a Noite Estrelada é a poética representação de um céu noturno em rodamoinhos vivos, girando em direção a uma tranquila vila abaixo, essa pintura é extremamente expressiva e emocional, revelando as profundezas perturbadas do coração e da sua mente.
A arte não era só uma réplica da realidade, como também a forma de captar a “essência” daquilo que via. A Saúde Mental de Van Gogh foi uma luta constante. Durante a vida, ele sofreu várias depressões, psicoses e outras perturbações. Ele foi colocado várias vezes em instituições de saúde mental e passou longos períodos isolado. Nesse tempo Van Gogh escreveu muitas cartas, que ultrapassam de oitocentas. A carta famosa que ele escreveu, “a tristeza durará para sempre”, mostra o peso da depressão. No entanto, a pintura era uma terapia para Van Gogh, um modo de transformar a dor em
obra-prima.
Não tendo obtido sucesso, e nem reconhecimento durante sua vida, Van Gogh era encarado como um louco e um fracassado, e apenas conquistou alguma fama após a sua morte, que foi causada pelo agravamento do seu estado de depressão, e com isso, levou o pintor a disparar um revólver contra o seu próprio peito (segundo relatos) em 1890, aos 37 anos, vindo a falecer após os ferimentos causados apenas dois dias depois. Porém ainda hoje algumas pessoas discordam da forma como ele havia morrido.
Obras de valor inestimável e admiradas ao redor do mundo, Van Gogh não é conhecido apenas por sua habilidade, mas também por coragem de expressar sua visão única em um mundo que definitivamente não está pronto para compreendê-lo. Cada uma das suas pinturas é uma evidência de sua luta pessoal com a própria dor e de sua força em transformar sofrimento em arte. A vida de Vincent van Gogh é a história de um homem em busca de seu lugar no mundo e do sentido de sua existência. Esta história é um lembrete de que a arte é não apenas uma imitação da realidade, mas também uma visão do mundo daqueles que as criam, feitas de emoções, memórias, visões e sentimentos. As suas obras ainda inspiram milhões de pessoas, mostrando que, apesar de toda a tristeza, a beleza da arte sobrevive neste mundo.

A questão é: Será que a genialidade da sua arte poderia ter existido sem o tormento que ele enfrentou? Ou será que o sofrimento foi o preço que ele pagou para ver o mundo de uma forma tão única e intensa?

-Clara Silva, 11°B

Nota: Este artigo foi escrito por uma aluna brasileira, motivo pelo qual possui uma estrutura gramatical coincidente com o Português do Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *