Às mulheres do passado devemos a liberdade que temos hoje, às mulheres do presente devemos a liberdade que teremos amanhã.
A todas as mulheres que nem sempre foram valorizadas, às que hoje têm a oportunidade de o ser e a todas as mulheres que finalmente se sentem representadas e capazes de seguir os seus sonhos sem lhes impedir a sua condição de mulher. A todas elas pertence este mês, a todas nós.
Que nunca deixemos que nos passem por cima, que nos humilhem, que nos menosprezem, que nos maltratem, que nunca deixemos que a história se repita e que enquanto se repetir não descansemos, independentemente de quem somos, de onde somos ou se o assunto nos afeta directamente ou não.
Que nunca nos conformemos com qualquer violação dos direitos humanos, em especial dos direitos das mulheres e de outros grupos vulneráveis, seja em que século for, em que país for, em que cultura for…
Que nunca deixemos sarar a ferida aberta que é a nossa humanidade, que nunca nos deixe de doer o sofrimento dos outros, nunca, nunca, nunca.
Une-nos a condição de mulher que é hoje e deverá ser sempre, uma forma de orgulho.
E a todos os homens pelo mundo fora, que tenham a coragem de lutar sempre pelos direitos humanos, de todos e todas nós, que não se sintam ameaçados pela ideia de igualdade e equidade, que percebam que não se trata de uma luta de sexos, que não se trata de uma birra sem sentido, que se trata da vida de milhões de seres humanos que merecem tal como eles viver uma vida justa, feliz e livre.
Que todas as crianças aprendam a respeitar e que o seu papel na sociedade não seja pré-definido antes de saberem quem são ou o que querem ser. Que todas sejam ensinadas a seguir os seus sonhos e lutar contra as barreiras que a sociedade ainda nos apresenta. Que cresçam a saber da história que nunca deverá ser apagada, das muitas que vieram antes delas e que deram o corpo às balas para que hoje a sua vida seja um bocadinho mais fácil.
Um mês nunca seria suficiente para agradecer a todas as mulheres que mudaram o mundo contra tudo e contra todos, muito menos um dia. Que o dia da mulher seja o ano todo. Sempre.
– Matilde Duarte, 11ºI