Este é artigo é uma compilação de poemas escritos por alunos do 11ºB, da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, no âmbito da disciplina de Português e do estudo de três sonetos de Antero de Quental: “Palácio da Ventura”, “Lacrimae Rerum” e “Despondency”. O desafio foi criar um espaço de emergência de um sonho, real ou Imaginário, que resultasse numa composição poética.
“Os textos nasceram num espaço de liberdade, onde se preservou as marcas de português do Brasil, a seleção de palavras de outras línguas para integrarem o título ou corpo do texto e o próprio tema podia ser alterado, se essa vontade ocorresse ao longo da criação. Os resultados foram interessantes, o que motivou esta partilha. Curiosamente, a data de realização dos trabalhos foi próxima do dia mundial da poesia, 21 de março.”
O moinho de vento
Sonho que sou uma adolescente.
Procurando um moinho de vento,
Por praias, por montes, por sóis
Andar a pé não é de todo o meu
talento!
Exausta de andar sem saber quando o encontrarei,
No cimo d´um monte avisto o moinho,
Subi-o e finalmente cheguei!
Aproximei-me devagarinho.
Vejo o moinho gigante,
Com uma porta velha e robusta,
Existe ali algo de extravagante,
Algo que se ajusta.
Ganhei coragem e entrei,
Sinto-me como uma filha de rei,
Não sei onde vim parar,
Só sei que nunca mais quero voltar!
Aqui dentro sente-se o calor
O calor de uma família feliz
Energia positiva, o ideal para ser feliz!
-Iara Filipa, 11ºB
A FELICIDADE
Sonho acordada pois é a minha realidade
És o meu palácio da ventura, oh que felicidade
Procurei-te por toda a parte
Achei difícil encontrar-te
Quanto te vi levas-te-me a Marte
Sem tocar-te, nem beijar-te
Aquele amor que senti, parecia arte
És o meu palácio da ventura
Perder-te seria um desastre
Quando tudo era escuro, o teu toque trouxe-me luz
Naquele palácio,
lá em Queluz
És o meu palácio da ventura
Foi uma caminhada longa e dura
Mas por fim encontrei no teu olhar,
toda essa doçura
Sonho que sou uma pessoa
Sonho que sou uma pessoa
em busca de algo acolhedor
com mais amor,
menos devastador
Castelo deslumbrante,
à minha frente o vejo
brilhante e cintilante
entrando nele a realidade encontro
um encanto pela minha mente construída
que num segundo foi perdida
-Neide, 11ºB
Em um sonho lúcido e profundo
Em um sonho lúcido e profundo
Achei meu Palácio encantado
Em uma imensa parede rúnica
Encontrei um lindo legado
Que mencionava o amor
Em um simples ditado
O amor é como uma flor
Que precisa de luz e água
Se tirarmos um dos dois lados
A ela não sobra quase nada
Pois sem um dos dois lados
O tempo a despedaça
No amor não é diferente
Precisa dos dois lados
Porque assim como a flor
O tempo pode despedaçá-lo
O amor é como a flor
E precisa ser cuidado
Um parceiro é a luz
Que precisa alimentá-lo
E o outro é a água
Que necessita de regá-lo
Se for só um lado a trabalhar
Não irá nunca o sustentar
Pois o amor necessita de dois pilares
Para o poder equilibrar
-Wythi, 11ºB
Serendipity
Ando eu pela rua
ou seria isto um sonho?
as caras eu não vejo
mas o palácio eu o sinto.
Nasci aqui, mas não fui de aqui
será o palácio que eu vejo ali?
andei tanto que não vejo o fim
igual àquele amor que sinto por ti.
Abri a porta o escuro eu vejo
o sol está ali, mas não o beijo
cómodos vazios, corpos sem fio
seria a luz o que eu sinto por ti?
-Verónica, 11ºB
Vidit Somnium
Sonhei que tinha chegado ao meu Palácio da Ventura
Passei por longos caminhos,
Vários obstáculos
Mas que grande aventura!
Pensei em desistir
Mas com fé e dedicação
Cheguei aqui
Pena que este sonho não seja verdade
Porque chegar até aqui
Queria que fosse uma realidade
-Juliana Camilo, 11ºB