“Porque é que eu existo?” e “Qual é o sentido da vida?” Duas perguntas que uma grande maioria das pessoas já fez no decorrer das suas vidas.
Existem várias respostas diferentes para essas perguntas. Algumas pessoas seguem o pensamento de Platão, que a vida é definida pelo conhecimento e a sua busca, ou uma linha de pensamento mais niilista, que a vida não tem sentido. Outros ainda acham que somos nós que criamos o significado da nossa vida (no que eu acredito até um certo ponto). Mas na minha opinião, a vida humana é definida pela busca do prazer.
Eu acredito que a única forma de uma pessoa viver a sua vida, é se ela fizer o que lhe apetece, quando lhe apetece. Porque se as nossas ações não nos trazem felicidade, não são decisões que tomamos por nós mesmos, mas sim decisões feitas por outras pessoas (ou para outras pessoas), e quando uma pessoa faz algo porque é exigido dela, contra a sua vontade, não se pode dizer que está a viver por si própria. É verdade que às vezes nós tomamos decisões que não nos trazem prazer. Não é raro ouvir alguém dizer que “não devia ter feito” isto, ou “arrepende-se de fazer” aquilo, mas mesmo nessas ocasiões, as escolhas que fizemos trouxeram-nos felicidade momentaneamente. Por exemplo, sempre que eu espero para fazer um trabalho no dia em que tenho de o enviar, eu arrependo me, mas os dias que passaram em que eu não estava a trabalhar trouxeram-me felicidade. A ação em si trouxe-me prazer, a consequência, o trabalho não ficar tão bom quanto poderia ser, é que me deixou infeliz.
O problema deste modo de pensar é que é impossível uma sociedade existir se toda a gente pensar assim, uma vez que uma boa parte dos deveres que temos como cidadãos são coisas que poucas pessoas querem fazer (serviços públicos como a recolha do lixo, construção civil, etc…). Além disso, eu admito que esta forma hedonista de pensar é extremamente egocêntrica, já que a felicidade dos outros não é necessária para a felicidade do próprio.
No fim das contas, por mais que eu acredite que esta seja a única forma de uma pessoa viver a sua vida, eu entendo que não é uma forma prática de viver, já que a nossa sociedade venera o trabalho e condena o descanso. Mas eu acho que todos nós devíamos prestar mais atenção às coisas que nos fazem felizes.
– Gabriel Goulart