A SUSPEITA DO SAGRADO CONNOSCO

Em todas as culturas e em todas as eras, os seres humanos pressentiram no mundo da natureza um poder maior do que eles próprios. Rodeados por fenómenos que não conseguiam entender e por forças que não podiam controlar, suspeitam de uma presença SAGRADA, e dessa Suspeita emergem as primeiras manifestações religiosas, sempre ligadas a motivos vitais (assegurar a sobrevivência, aceitar o sofrimento, lidar com o inexplicável e assustador, enfrentar a morte e aceitá-la…)  e sempre portadoras do medo, do fascínio e do mistério, características essas que enformaram a relação Homem-Sagrado, que elas pretendem expressar e dar vida.

Do evoluir dessas manifestações religiosas fazem parte o Totemismo com o culto dos antepassados (vínculo social, económico e religioso), o Animismo com a atribuição de poderes sobrenaturais a seres invisíveis presentes no espaço e no tempo dos seres vivos (culto dos animais, do sol, da montanha …), o Feiticismo na atribuição de poderes sobrenaturais a objetos e a fenómenos, mediados pelo feiticeiro /xamã, as Mitologias como tentativas de hierarquização das explicações das intervenções divinas na vida humana(gregos, romanos, vikings, celtas …), os Politeísmos como crenças em múltiplos deuses (Hinduísmo, Jainismo …) e os Monoteísmos, a crença num único deus – Judaísmo, Cristianismo, Islamismo.

Pese embora a sua diversidade e multiplicidade, têm em comum alguns pontos, o que pode tornar possível compará-las, permitindo enriquecer uma perspectiva que se deseja abrangente e compreensível deste fenómeno que acompanha a História da Humanidade que somos todos nós:

DEUS OU DEUSES – A maior parte, mas não todas, adoram uma forma determinada de divindade, um ser sagrado, ou vários, a que se atribui a responsabilidade pelo padrão de vida na Terra; HISTÓRIAS DA CRIAÇÃO – Histórias que explicam, em termos religiosos, como começou o mundo que conhecemos; PRECE – Os seguidores/crentes passam algum tempo em comunicação com o seu deus ou deuses, através da prece e de rituais ou meditando (falando com as suas próprias consciências); LOCAIS DE ADORAÇÃO – Locais onde as pessoas vão adorar  o seu deus/deuses, rezar ou meditar, em conjunto com outros fiéis; SACERDOTES,PASTORES,LÍDERES-Pessoas com responsabilidades especiais no seio de religiões organizadas. As suas incumbências vão desde falar ao(s) deus/deuses, em nome dos fiéis, até à ajuda espiritual e ao aconselhamento moral a quem deles precisar; VIDA DEPOIS DA MORTE – É crença de muitas religiões, que o espírito humano continua a viver depois da morte, num lugar sagrado ou reencarnado sob outra forma de vida; PALAVRAS SAGRADAS, DITAS OU ESCRITAS – Histórias, ou ensinamentos importantes, que servem de guia quanto ao que devemos acreditar e que devemos fazer. As primeiras religiões espalharam-se oralmente e as palavras exatas foram sendo transmitidas de geração em geração. Algumas religiões escreveram as suas palavras sagradas – as Escrituras; FESTIVIDADES – Ocasiões especiais destinadas à devoção. Concentram-se habitualmente numa história, ou num aspeto, particular da religião; SÍMBOLOS – Desenho(s)/ objeto(s) que identifica(m) a fé e o culto dessa fé e por fim o CÓDIGO DE VIDA – Regras de acordo com as quais os seus seguidores devem conduzir as suas vidas – Doutrina; obedecer-lhes proporcionará, tem-se essa esperança, uma vida feliz neste mundo e em qualquer outro mundo que possa existir. Percorrer os diferentes tons/caminhos que a “Suspeita da presença do Sagrado” adquire na história da Humanidade, é a viagem que proponho àquele que queira ampliar o seu conhecimento de uma das mais fascinantes perspetivas do viver coletivo. Para que a viagem não seja feita sozinha, sugiro que a faça na companhia de OHLIG, K.H, (2007), Religião – Tudo o que é preciso SABER, da Casa das Letras, Lisboa.

HOJY-IA-HENDA

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *