A Suspeita do Sagrado Connosco: Parte 2

Nesta segunda etapa de “A Suspeita do Sagrado Connosco”, convido o leitor a viajar pelos Politeísmos, particularmente com aquele que é a sua manifestação Matriz/Fundante – O Hinduísmo, aluminando-o à luz dos referentes potencialmente comuns entre as diferentes manifestações do Divino, sendo que as associações apresentadas não pretendem ser exaustivas mas tão só exemplificativas.  

Deuses: Brama- o criador; Xiva- o destruidor; Vixnu- o conservador e os seus 10 Avatares (encarnações – a 8ª é Krishna; a 9ª é Buda – o Iluminado; a 10º – ainda há-de vir – é Kalki- o cavalo sagrado ); Durga, Kali e Parvati- mulheres de Xiva; Deuses védicos – Agni- deus do fogo; Vayu- deus dos ventos; Surya- deus do Sol; Indra- deusa da guerra; Naya – deusa serpente; Varuna – guardião da ordem cósmica; Hanuman – deus- macaco; Ganés – o cabeça de elefante (filho de Xiva e Parvati)- removedor de obstáculos – e seu irmão KartiKeyya – deus – rapaz  e ainda os  Yakshas e Yakshinis ( Espíritos da natureza ) ; História da CriaçãoBramabrota da flor de Lótus nascida no umbigo de Vixnu; Purana – história da criação e vida dos deuses.

Preces / Orações: Puja (culto) – conjuga as Murtis (imagens/ícones) + Mantras / Mandalas (orações) + Yantras (diagramas no universo) + Prasad (acto de oferendas) + Darshan (contemplação das imagens). 

Locais de Adoração: Benares (Varanasi) – cidade sagrada dos Hindus. Rio Ganges (rio sagrado que corre em Varanasi);Templos de Ayodhya, Mathura (berço de Krishna); Kedarnath (a Xiva) – nos Himalaias; Pasupatinath (a Xiva) no Nepal; Anapurna (em Varanasi) a Parvati; Ramesvara (a Xiva) – no sul da Índia ; 

Sacerdote / Pastor: Sadhu (homem santo); Vanaprastha – aquele que se retira para reflexão; Samnyasin – aquele que renuncia ao mundo;

Vida após a morte: A Atman (alma eterna) que renasce continuamente, sob várias formas (Reencarnação) segundo o Karma (lei moral), realizando a Samsara (ciclo de vida, morte e renascimento) até alcançar a Moksha (libertação), por várias vias (Marga) tornando-se Jivan Mukta (alma livre); 

Símbolos: “OM “– trindade dos deuses (Brama, Vixnu e Xiva) + silêncio do deus a atingir – 1º som da criação; Cisne – símbolo do conhecimento- veículo de Brama; Nandi – o touro (energia sexual) – veículo de Xiva; Garuda – a Águia – veículo de Vixnu; 

Livros Sagrados: O Shruti “o que é ouvido “– os Vedas, Samitas, Brâmanes, Upanixadas, Sutras, + o Smriti “Aquilo que tem sido lembrado” – Ramayana (história do príncipe Rama) , Purana (história da criação) , Mahabharata ( relato da guerra de Bharata , inclui o Bagavaghita ( “A Canção do Senhor” – diálogo entre Krishna e Arjuna); FestividadesPeregrinações: Tirthas (vaus dos rios) – celebram a passagem da Samsara para a Moksha ; Varanasi( Benares); Mathura (berço de Krishna) entre outras;

Festivais: 3 maiores – Março – Holli (cerimónia da fecundidade, celebra o Ano Novo e o regresso da Primavera); em Setembro – Dusserah – celebra o triunfo dos deuses sobre o mal (9 dias); em Outubro/ Novembro – Diwali – celebra o início do ano financeiro;

Código de Vida: A sociedade está dividida em castas (Brâmanes (sacerdotes), Xátrias- (guerreiros); Vaixias (Comerciantes) e Sudras (artesãos). O hinduísta vive a Samsara (ciclo de vida) segundo o Karma (lei moral impessoal, inevitável), cultuando os ícones (murtis) com Mantras(orações) e Prasad (oferendas) para atingir a Moksha. O hindu tem 4 objetivos na vida: Dharma- propriedade), o Artha (o sucesso legítimo terrestre), o Kama (prazer legítimo) e a Moksha (libertação), passível de ser alcançada por 3 vias: a do conhecimento (Jnana Marga), a da via ativa ou das tarefas adequadas (Karma Marga) e a devoção ao deus ( Bhakti Marga), até se tornar um Jivan- Mukta (alma livre).

O companheiro desta etapa da “nossa viagem” que sugiro é o Volume I da Essência das Religiões – A sabedoria das Grandes Tradições Religiosas, de Huston Smith (2005), da Lua de Papel, Lisboa.

HOJY-IA-HENDA

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