A 31 de março de 1994 estreou um filme, escrito e dirigido por Frank Darabont, classificado pelo site IMDB com 9.3, de nome: “Os Condenados de Shawshank”. Foi nomeado para 7 óscares, incluindo o de melhor filme e o de melhor ator, pela grande prestação de Morgan Freeman, perdendo-o apenas para Tom Hanks, que desempenhou um dos melhores papéis de sempre, no filme “Forrest Gump- O Contador de Histórias”.
A longa metragem começa com uma das personagens principais, Andy Dufresne (Tim Robbins), um banqueiro, a ser acusado em tribunal por homicídio do sua própria mulher e do seu amante. Entretanto é considerado culpado e condenado a duas penas de prisão perpétua, porque são encontradas várias provas de que tenha sido este a cometer o crime, sendo, assim, encaminhado, para uma das piores prisões, a prisão de Shawshank.
No seguimento, aparece pela primeira vez a outra personagem principal, Ellis Boyd Reding (Morgan Freeman), mais conhecido por Red, presidiário em Shawshank. Este encontra-se a tentar mais uma de muitas vezes a aprovação para a sua liberdade. Com a entrada de Andy na prisão, e como é costume, os presidiários fazem apostas para verem qual vai ser o primeiro a chorar e a dizer que quer voltar para casa. Red aposta em Andy.
Daqui em diante forma-se uma amizade entre as duas personagens principais que dará lugar a uma grande cumplicidade entre os dois. Red que começou por não ir muito com a cara de Andy, até mesmo chegando a apostar que este seria o primeiro a não suportar o ambiente da prisão, acaba por se render a ele no primeiro diálogo que estas duas personagens desenvolvem uma com a outra, em que ele percebe logo que o “peixe novo”, nome atribuído por um presidiário ao Dufresne, é diferente, pois ele é calmo, é inteligente, e bondoso e tem um andar despreocupado, que são características opostas a todos os outros presidiários de Shawshank. Por outro lado, vemos a personagem de Morgan Freeman, também o narrador desta obra cinematográfica, que executa de maneira maravilhosa, pois a sua voz profunda é perfeita para este efeito. Um papel parecido ao que faz no filme “Million Dollar Baby-Sonhos Vencidos”, sendo a cabeça em ambos os filmes. A sua personagem é sensata, muito previdente, já completamente habituada a viver em Shawshank e com a cabeça sempre no sítio.
Para conseguir fazer a narração com a voz de Morgan Freeman, o realizador visualizou várias vezes o grande filme, de Martin Scorsese, “Tudo Bons Rapazes”, tendo a mesma sido gravada antes do filme, uma vez que era ela que ditava os ritmos de cada cena. Também é curioso que Tom Hanks tenha sido contactado para fazer o papel de Andy, porém recusou por já estar a participar no filme “Forrest Gump- O Contador de Histórias”. Também Clint Eastwood foi pensado para o papel de Red, mas esta opção não foi para a frente, pois o realizador preferia a voz de Morgan Freeman para narrar o filme.
Na minha opinião o filme “Condenados de Shawshank” é um filme muito bem conseguido. Também é importante realçar o papel desempenhado com grande qualidade, pelos dois atores principais, e arrisco-me a dizer que este filme sem a atuação de Morgan Freeman não seria o mesmo. A história é cativante do início até ao fim, e tem um final completamente inesperado.
Este clássico ensina-nos muitas coisas. Um dos exemplos mais claros é o da importância que devemos atribuir às pequenas coisas das nossas vidas e do nosso dia-a-dia, como a música, que, como vemos neste incrível filme, embora por uns escassos minutos, provocou um sentimento de liberdade e felicidade aos presidiários de Shawshank, que já não a ouviam há mais tempo do que a memória os permitia lembrar, quando Andy arriscou-se ao transmitir uma melodia para todos os canais da prisão, reacendendo-lhes assim novamente a chama da esperança.
-Diogo Peixinho