Atenção: Este artigo contém spoilers do filme!
“Here ‘s to the fools who dream crazy as they may seem” (Esta é para os tolos que
sonham, por mais loucos que pareçam), Stone, Emma. “Audition”. De Justin Hurwitz. La La Land: Original Motion Picture Soundtrack. Interscope Records, 2016.
La La Land: Melodia de Amor é um musical romântico realizado por Damien
Chazelle que estreou nos cinemas em 2016. Ganhou seis Oscars em 2017, tais como,
melhor atriz, diretor, música original, banda sonora, fotografia e design de produção.
Este filme fala sobre Mia (Emma Stone), uma atriz que já participou em numerosas
audições mas nunca conseguiu um papel principal e Sebastian (Ryan Gosling), um pianista,
amante de jazz que tem como objetivo não deixar este género musical morrer. Estes
apaixonam-se perdidamente enquanto lidam com a procura pelo sucesso das suas
carreiras, em Los Angeles. O musical aborda temas como amor, ambição, e a luta para
equilibrar os sonhos individuais e o relacionamento.
A atuação e a química entre os atores é fantástica, os cenários são lindíssimos,
proporcionando uma estética visual deslumbrante, homenageando os clássicos musicais de
Hollywood. A banda sonora é igualmente incrível, composta por Justin Hurwitz que conta
com músicas como: “A Lovely Night”, “Mia & Sebastian ‘s Theme”, “City of Stars”, vencedora
de um Oscar.
Chazelle, escolheu cores expressivas que desempenham um papel importante na
criação de uma atmosfera emocional e visualmente rica ao longo da narrativa do filme.
O Amarelo e o azul, estão presentes em inúmeras cenas do musical, desde os
figurinos dos personagens principais aos cenários. O amarelo representa o otimismo,
alegria e aspirações, já o azul está associado a momentos melancólicos e reflexivos. A
combinação destas cores cria um contraste visual marcante.
O vermelho é proeminente em várias cenas importantes do filme, como nos vestidos
de Mia e nas cortinas do apartamento de Sebastian. Esta cor simboliza a paixão, o romance
e os altos e baixos da vida artística.
O verde é usado para criar uma sensação de esperança e crescimento. Como no
planetário, onde ocorre uma cena musical marcante, o verde representa a possibilidade e a
promessa de novos começos.
Em algumas cenas de sonho e fantasia, os tons pastéis e o brilho proporcionam uma
atmosfera mágica e surreal. As cores suaves contribuem para a estética dos números
musicais e enfatizam a natureza utopista do mundo criado pelo filme.
O musical aborda o amor numa perspetiva diferente, mostrando que quando
amamos alguém o mais importante é vê-la feliz e concretizada, realçando a importância da
felicidade individual. Revela que a escolha da separação do casal com o objetivo de ambos
alcançarem a sua felicidade individual só é possível pelo facto de terem sido realmente
felizes enquanto estavam juntos. Provando assim que a sua relação foi essencial para o
sucesso das personagens. O que reforça a ideia de que numa relação há sempre a procura
de querer o melhor para o outro.
O final do filme mostra também que durante a nossa vida vão aparecendo várias
oportunidades que nos podem levar a cumprir os nossos objetivos e que estes não se
podem concretizar apenas de uma forma, há vários caminhos que podemos seguir para
alcançar os nossos sonhos. Representando também as dificuldades de ter uma carreira de
sucesso artística, mas que ao não desistir, conseguimos superar estas dificuldades.
Concluindo, La La Land é sem dúvida um dos melhores musicais que já vi, não só
pela incrível cinematografia, mas também pelo seu final inesperado. Demonstrando que
nem todos os musicais românticos têm de acabar com o “eles ficam juntos e felizes para
sempre”, por vezes este não é o “final perfeito”, nesta situação. É, também, uma motivação
para não desistirmos dos nossos sonhos e objetivos, pois mais tarde ou mais cedo, se
trabalharmos para eles, iremos alcançá-los.
-Daniela Marreiros
