O oculto. Quem são os deuses? Podemos nós ter poderes mágicos?
Os nossos antepassados debatiam-se, desde tempos imemoriais, com pensamentos sobre a morte, o além e os deuses. Sem essa preocupação não teríamos por exemplo, aqui bem próximo de Portimão, os Monumentos Megalíticos de Alcalar, uma provável necrópole do período Calcolítico. Temos pedras erguidas aos céus, alinhadas com o sol e outras estrelas, em todos os continentes; Stonehenge no Reino Unido, as grandes pirâmides do Egipto ou as pirâmides Maias na América. Se os nossos antepassados não viajavam entre continentes e não comunicavam entre si, como tiveram praticamente as mesmas ideias em distintos pontos do globo? Surgiu essa preocupação com o além e os deuses do nada ou foram ensinados, ou mesmo ajudados, a construir esses monumentos, por viajantes vindos do espaço, os chamados deuses? No Perú foram descobertas as célebres linhas de Nazca, figuras que abrangem quilómetros e que só são possíveis de compreender a partir dos céus. Mas se naquela altura ninguém sabia o que era um avião, como e para quê foram feitas?
Destacam-se semelhanças na vida e obra de muitas das figuras veneradas nas várias religiões, assim como uma clara associação à Natureza e aos fenómenos naturais. Mitra e Jesus, representantes da luz, nascem a 25 de dezembro, data muito próxima do solstício de inverno, a partir da qual o dia passa a crescer relativamente à noite. Tal como nos textos de Jesus, também nas narrativas de Hórus, Osíris, Buda, Mitra e Krishna se fala em ressurreição. A ressurreição de Jesus acontece na Páscoa, Primavera, em que a própria natureza também se renova. Já o avançar do outono, em que a natureza parece morrer, coincide com o Halloween céltico ou o Dia dos Mortos, celebrado em vários lugares do mundo, fenómenos mais ligados aos espíritos e à morte. Será a Natureza a verdadeira fonte da magia e do sagrado?
Temos histórias semelhantes relatadas em diferentes livros sagrados, por exemplo a Bíblia ou a Epopeia de Gilgamesh, sobre dilúvios, máquinas voadoras, ensinamentos dados por figuras celestiais. Será que tudo isto remonta a uma civilização única ancestral ou fomos recebendo contactos ao longo dos tempos, como aliás referem os livros sagrados? Teremos nós algum gene extraterrestre? Isso explicaria a nossa evolução rumo ao conhecimento, que não foi feita pelo nosso parente próximo, o chimpanzé, apesar de antepassados comuns.
Durante a segunda guerra mundial, soldados americanos foram forçados a aterrar de emergência numa pequena ilha até então desconhecida. Foram considerados deuses pelos nativos pois vinham dos céus e detinham conhecimentos estranhos. E se a ilha tivesse permanecido isolada? Talvez hoje os seus habitantes ainda prestassem culto a Roosevelt, o presidente americano da época.
Mas se os deuses são simples viajantes sem nenhum poder sobre os humanos, como se explicam os milagres relatados ao longo dos séculos? Como se explica que ainda hoje, e depois de muitas análises periciais, não se consigam compreender os materiais envolvidos na gravação da figura de Nª Sra. Guadalupe no manto de um indígena mexicano no séc. XVI, quando este relatava a aparição ao bispo? Referi o milagre de Nª Sra. de Guadalupe porque a ela devo o meu segundo nome, mas poderia falar de tantas outras aparições marianas (ou mesmo de outras deusas femininas anteriores à figura bíblica de Maria), poderia falar de outros fenómenos e milagres, que nos foram transmitidos ao longo de séculos. Para já não falar de figuras como vampiros, lobisomens, seres encantados como as mouras no Algarve, assim como histórias de feitiços, possessões e afins, que são contados em vários pontos do mundo. Serão os deuses simples viajantes ou detêm eles poder sobre nós? Haverá um portal para comunicar com os deuses ou Deus? Como aceder à magia? Qual o preço do seu uso? São questões que ficam para responder. Talvez seja preferível não saber tudo pois, citando o icónico Homem- Aranha, “um grande poder acarreta sempre uma grande responsabilidade”.
-Patrícia Alonso