Estamos em crise. Não, não me refiro à crise pandémica, mas sim a um acumular de situações que põem em risco o nosso futuro. Refiro-me sim à crise climática.
A humanidade tem 10 anos para mudar o seu curso da civilização e iniciar uma transição energética profunda. Se não o fizermos atempadamente, atingiremos um ponto de não retorno climático.
Afinal, o que é a crise climática? É um termo utilizado para descrever a ameaça do aquecimento global (que se deve maioritariamente à libertação de gases com efeito de estufa) e a mudança de padrões climáticos (com origem no derretimento do gelo polar e a desflorestação massiva, entre outros). A queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) é a principal fonte destas emissões, pois produz cerca de 21,3 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente. Estes combustíveis levam milhões de anos para se formarem, logo não podem ser regenerados, ou reutilizados, a uma escala que possa sustentar o nosso elevado consumo. Com este número astronómico existem consequências negativas que recaem sobre o ambiente, a sociedade, a economia e a saúde humana.
Ainda temos tempo, mas este é cada vez mais escasso. Estas consequências manifestar-se-ão num futuro próximo, colocando em risco a nossa qualidade de vida e não a dos decisores políticos atuais, que nada fazem na prática para solucionar esta emergência climática. Como jovens estudantes, devemos reivindicar o nosso futuro e de toda a humanidade, mostrando aos líderes mundiais que nos estão a falhar cada vez mais, colocando sempre a economia em primeiro lugar. De modo a alterar este comportamento, nos últimos dois anos milhares de jovens a nível global, saem às ruas para exigir justiça climática e uma transição sustentável que responda ao desastre ambiental. Para quê estudarmos e anteciparmos uma vida, se os políticos não nos conseguem proporcionar tal vida? Temos de erguer as nossas vozes enquanto podemos, antes que fiquemos sem tempo.
A próxima mobilização estudantil pelo clima, realizar-se-á dia 19 de março de 2021 (para mais informações sobre mobilizações locais acedam no Instagram @greveclimaticaestudantil), caso as circunstâncias o permitam. Com a pandemia em mente, em qualquer tipo de ação o distanciamento e regras sanitárias da DGS em vigor, serão respeitados.
Através deste pequeno artigo, espero ter mudado a vossa perceção da nossa realidade. É essencial que se alastre entre nós, jovens, uma consciência relativamente ao tema, de modo a que a sociedade abra os olhos e exija atitudes diferentes e consequentes aos nossos governantes.
-Laura Marques