Call me by your name

Há muitos filmes de romance por aí. Tantos que já parece que não há mais nada de novo para fazer. É aí que entra o filme “Call me by your name”. Este filme, realizado por Luca Guadagnino e baseado no romance de André Aciman, estreou no dia 18 de janeiro de 2018, com os atores Armie Hammer e Timothée Chalamet. Foi um filme que marcou o ano de 2018 chegando a ser nomeado para 4 Óscares, incluindo de Melhor Filme e Melhor Ator para Timothée Chalamet, apesar de, infelizmente, não ter ganho nenhum. Este é um filme que acredito que um dia poderá ser chamado de clássico, e aqui vos digo porquê.

“Call me by your name”, como todo o bom filme, foge muito ao normal. Porquê? Por muitas razões, mas principalmente pela sua subtileza. Por exemplo, enquanto grande parte dos filmes dá contexto e explica o que está a acontecer através de diálogos para evitar que o espectador fique confuso, mas “Call me by your name” não se fia muito nisso. Este filme deixa muito à nossa interpretação e dá muita importância aos planos de câmara e, principalmente, à representação dos atores, que definitivamente não deixa a desejar. Uma coisa que adoro neste filme é a sua abordagem mais realista às personagens e aos acontecimentos, sem os romantizar ou dramatizar como é habitual. Apesar dos planos de câmara passarem muito despercebidos, têm também uma grande importância na interpretação dum filme. Mas qual é a importância dos planos neste filme? Em “Call me by your name” os planos de câmara funcionam de acordo com o momento que as personagens estão a viver. Quando eles estão mais afastados psicologicamente há planos mais abertos, já quando estão mais próximos há planos mais fechados.

Como eu disse, este filme dá muita importância à representação dos atores. É verdade que a atuação é importante em todos os filmes, pois difícil perdermo-nos numa história em que o que está a acontecer não parece real, mas “Call me by your name” dá uma importância especial a essa parte, que foi muito bem conseguida por Armie Hammer, mas principalmente por Timothée Chalamet, cuja atuação lhe garantiu uma nomeação ao Oscar de Melhor Ator. Apesar de estas atuações não terem daqueles momentos que nos vêm à cabeça quando pensamos numa grande performance, como um monólogo impactante, uma cena de choro ou de raiva, uma boa atuação tem muitas formas e às vezes são os detalhes mais pequenos, como os olhares, as reações ou até a postura corporal, que fazem a diferença.

E aqui vão algumas curiosidades do vosso futuro filme favorito: foi feito com um orçamento de 3.5 milhões que, apesar de parecer muito, para um filme é bastante pequeno; a icónica cena do pêssego esteve quase para não aparecer no filme, mas o realizador quis experimentar para ver como ficava e acabou por deixá-la no resultado final; o filme esteve em desenvolvimento durante 10 anos, passou tanto tempo até começar a ser produzido que um dos atores principais, que tinha sido chamado no inicio, pensou que afinal não tinha conseguido o papel; por fim, para o contentamento de uns fãs e para desgosto de outros, estão a considerar fazer uma sequela.

Quando vi o filme, depois da recomendação de uma colega, apesar de ter gostado bastante, fiquei um pouco confusa, mas depois de uma semana com o filme na cabeça e de alguma pesquisa, comecei a perceber o quão genial ele é. “Call me by your name” marcou a história do cinema romântico e eu tenho a certeza que, daqui a uns anos, vai ser considerado um clássico que tem que se ver pelo menos uma vez na vida.

-Sofia Costa

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